21 de nov. de 2007

O Fenômeno e o Imperador

Ronaldinho em jogo beneficente/Reuters

ENQUANTO LUÍS FABIANO retorna à seleção e sai ovacionado de campo após marcar os dois gols que garantiram a vitória brasileira diante do Uruguai e a tranquilidade de Dunga até junho de 2008, dois outros centroavantes vivem momentos bem menos afortunados. Em outros tempos goleadores implacáveis, ídolos inegociáveis e reverenciados por imprensa e torcidas como Fenômeno e Imperador, Ronaldinho e Adriano vivem hoje o pior momento de sua carreira.

Ronaldinho, que com a ascensão do xará gaúcho perdeu o glamour dos flashes, as capas dos jornais e até o diminutivo carinhoso, não consegue mais ser nem sombra do jogador que assombrou o mundo vestindo as camisas do PSV, Barcelona e Inter de Milão (veja vídeo abaixo). Devido às seguidas contusões, às atribulações com seus affairs e ao excesso de peso acumulado pela falta de treino, o garoto de São Cristóvão passou de craque incontestável a alvo de críticas, e na última Copa foi tão mal que até seu fã número 1, Galvão Bueno, deixou de apoiá-lo. Preterido na última temporada pelo técnico do Real Madrid, Fábio Capello, Ronaldo foi para o Milan de Kaká, outrora fã confesso de seu futebol, e hoje postulante a melhor jogador da galáxia. O valor foi uma bagatela. Para se ter uma idéia, menos do que se pagou pelo por lá desconhecido Alexandre Pato.

Agora, desacreditado e próximo de sua aposentadoria, Ronaldo promete mais uma vez dar a volta por cima. Aos 30 anos, exibindo vasta cabeleira e ainda rechonchudo, tem a chance de mostrar seu valor no ataque do time milanês, calar a boca dos impiedosos críticos italianos e encerrar sua carreira no que seria sua 5ª Copa do Mundo, torneio do qual é o maior artilheiro de todos os tempos, com 15 gols. Será que o Fenômeno ainda tem fôlego e bola para tanto?





Corta para o Brasil. No famoso Reffis do São Paulo, Adriano recarrega as baterias, que se andam com o teor etílico acima do aceitável para um peladeiro, que dirá para o dono do trono que já foi de César Augusto, Marco Aurélio e Júlio César. Assim como Ronaldo, Adriano foi transferido para o exterior de forma precoce. Antes dos 20 anos, ainda conhecido como Scooby-Doo, se destacou no Flamengo, foi para a zicada seleção de Leão e de lá direto para a Inter de Milão. Na capital da moda e dos craques, desfilou seu arsenal de jogadas, força, precisão e principalmente gols: de direita, de esquerda, de cabeça, de bunda. Onde quer que a bola estivesse, lá estava Adriano para estufar as redes. Seu ótimo momento o trouxe novamente à seleção, agora de Zagallo, para a disputa da Copa América. Quem não se lembra daquele gol fantasma aos 46' do 2º tempo contra a Argentina, que levou a partida aos pênaltis e o velho Lobo à beira do infarto?

Quando o destino parecia reservar apenas glórias para o Imperador, veio o 1º baque: seu pai, ídolo e mentor de sua carreira, morre precocemente. Quando ainda se refazia da inesperada separação, brilhando como coadjuvante na conquista da Copa América, uma outra o surpreende: sua mulher pede o divórcio. Aí a casa caiu. O rendimento do atacante despencou, os gols escassearam e, assim como o cara da foto aí de cima, sua participação na Copa da Alemanha foi um fiasco. Foi para o banco da Inter, entrou para a seleção dos piores do ano de 2007 e sua saída do clube é dada como certa.

Acertou na iniciativa de buscar sua recuperação no Brasil, perto da família e de clubes que dariam meio time para tê-lo em campo, nem que seja por alguns poucos meses. Mais jovem que o Fenômeno (está com 26 anos), terá agora 30 dias para se reerguer física e psicologicamente, reaver seu trono na Europa e reeditar na seleção a dupla de sucesso que fez com Luís Fabiano há três anos. E aí, Imperador, tá esperando o quê pra ressucitar o monstro aí de baixo?





5 comentários:

Anônimo disse...

Eu aposto minha cartola no Fenômeno!!

Anônimo disse...

E eu aposto meu armário inteiro no IMPERADOR.

Anônimo disse...

A fase tá embaçada, mas acredito que os dois vão dar a volta por cima e disputar a artilharia do Calcio!

Anônimo disse...

Ô Adriano, se quiser jogar no Timão, vai ter q disputar o colete com o Finazzi. Que vença o melhor!

Thiago Padula disse...

Eu sempre achei que o Luis Fabiano era o melhor atacante já surgido no mundo desde o Romário, e, irrefutável coincidência, qdo voltou à seleção marcou dois gols no Uruguai e salvou o time do fiasco, tal qual o baixinho em 93.

Por mim a dupla de ataque seria Luis Fabiano e Borges.

Related Posts with Thumbnails