É melhor prevenir que remediar...
NA SEMANA PASSADA, todos os holofotes e microfones da imprensa se voltaram para a pequena cidade de Abaetetuba (próximo à Belém do Pará), onde uma menina de 15 anos de idade passou uma 'temporada' na cadeia, dividindo a mesma cela com mais 20 homens. Lá, sofreu os mais variados tipos de abuso, e, pela situação surreal - tamanho absurdo - em que se encontrava, não ofereceu muita resistência, já que precisava ao menos se alimentar (era obrigada a pagar pedágio para ter suas refeições).
O mais grave no episódio, que ganhou repercussão internacional, é que a estadia da garota na malfadada cela era de conhecimento de carcereiros, delegados e até da juíza local, que nada fez de efetivo para tirá-la de lá. Depois que virou capa de jornal e nota de abertura de telejornal, a coisa mudou de cara: o superintendente da polícia local, dois delegados e três carcereiros foram afastados de seus cargos, e foi aberto inquérito na Corregedoria da Polícia Civil do Pará.
O estado paraense, no entanto, não é o único a vivenciar esse problema. Um relatório produzido por entidades brasileiras no começo de 2007 atestou que Rio Grande do Norte, Pernambuco, Mato Grosso e Rio de Janeiro têm cadeias mistas repletas de incidentes dessa natureza. Há também os presídios povoados só por mulheres, onde carcereiros e delegados abusam sexualmente das presidiárias, chegando inclusive a engravidá-las. Na Bahia, são comuns os casos de mulheres que dividem a cela com adolescentes homens e travestis, devido à falta de estrutura local.
O estado paraense, no entanto, não é o único a vivenciar esse problema. Um relatório produzido por entidades brasileiras no começo de 2007 atestou que Rio Grande do Norte, Pernambuco, Mato Grosso e Rio de Janeiro têm cadeias mistas repletas de incidentes dessa natureza. Há também os presídios povoados só por mulheres, onde carcereiros e delegados abusam sexualmente das presidiárias, chegando inclusive a engravidá-las. Na Bahia, são comuns os casos de mulheres que dividem a cela com adolescentes homens e travestis, devido à falta de estrutura local.
Isso tudo me fez lembrar a tragédia recente no estádio da Fonte Nova, em Salvador. As autoridades sabiam das péssimas condições do estádio, e ainda assim ele era usado para abrigar os jogos do time do Bahia. Semana sim, semana não, quase 40 mil torcedores lotavam o estádio, sem ao menos desconfiar que a comemoração do gol de seu time poderia se tornar uma queda arquibancada abaixo. O que fez o governo, depois que o assunto virou favas contadas? BUUUUM! Mandou implodir a Fonte Nova. Santo remédio.
Voltamos para o caso de Abaetetuba. Novamente, todos sabiam o que se passava, e nada fizeram para impedir a atrocidade que estava ali, aos olhos de quem quisesse ver. Foi preciso o crime reverberar para o mundo inteiro para que uma medida fosse tomada: além de afastar os envolvidos no episódio da menina, a governadora paraense, Ana Júlia, mandou fazer uma varredura por todas as prisões do estado, à caça de possíveis 'erros' do sistema carcerário - assumindo seu compromisso de 'governadora, mãe e mulher', como escreveu em artigo para o jornal Folha de S.Paulo. Ao que parece, os outros estados denunciados vão seguir o exemplo de Ana Júlia e enfim tomar uma providência. É a velha mania das autoridades brasileiras de inverter o ditado-título desse post.
2 comentários:
ÊÊÊÊ lasquera no pe da goiaberaaa!!!
As autoridades do Brasil, Vic???
Desde quando podemos esperar algo delas?!?
Mt bom texto, nega!!!!
Vou dar uma de Bóros Casoy:
ISTO
É
UMA
VERGONHA.
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