7 de nov. de 2007

Ainda o bendito do Rolex


TODO lugar por onde passo aqui em NP, o pessoal me pergunta: "Pô Vickye, você não vai dar sua opinião em relação ao rolex do Luciano Huck? O pau comendo pela imprensa e você vai deixar passar essa?" Olha... Confesso que pensava em me furtar de comentar o ocorrido, mas pela insistência do pessoal - e a relevância do assunto - mudei de idéia.


É claro que os atos do furto, do roubo, do assalto, são por si só uma agressão. Ninguém tem o direito de tirar nada de ninguém, seja um pertence ou uma posição, ou ainda sentimentos como a esperança ou a confiança. Não foi o roubo de um relógio de 10 mil reais que chamou a atenção, e sim o conteúdo do desabafo que o assustado (mimado?) apresentador global resolveu fazer ao mundo através do jornal mais vendido no país.


Caramba, quantos de nós já não fomos assaltados e ficamos impotentes diante de uma arma ou ameaça? Não é novidade nenhuma, ainda mais se tratando de São Paulo (que, me desculpe o Luciano, está a anos-luz de Bogotá). O ponto aqui é que o apresentador se viu numa situação que poderia perder tudo que construiu. Seu status, seu programa na Globo, seus projetos sociais e acima de tudo: sua mulher e seus dois filhos. Se um filme passava por sua cabeça no momento em que tirava a 'jóia' do pulso, o máximo que passou pela cabeça do assaltante, brilhantemente romanceado pelo escritor da perifa Ferréz, foi um cifrão e a chance de fazer um mês bem farto.


Se o homem em cima da motocicleta fosse pego, preso ou até baleado, tudo bem, já que o inesperado e a vivência trancafiada no momento presente ditam o ritmo da vida dessas pessoas. O passado é um vidro quebrado a ser esquecido. Futuro? Trabalhar como um camelo (ou camelô) para pagar as contas e o mínimo de lazer, realidade tão distante do que lhes oferecem as revistas, os filmes e os programas de tevê, como o tal do Caldeirão.


No momento da ação ele foi bem sucedido, fez seu papel de Robin Hood e arrancou aplausos dos 'excluídos' e de alguns dos defensores de uma melhor distribuição de renda no Brasil. Já Luciano se viu, ainda que por um breve instante, na situação de seu 'agressor', preso no momento que poderia ser o último de sua vida. Momento que, ao contrário de um desabafo desesperado (sem esperança), deveria ser de reflexão e de lição aprendida: é mil vezes melhor prevenir que remediar.

Mesmo que possa um dia comprar um desses, eu faria outro uso do dinheiro. E, se ganhasse, jamais andaria por 'Bogotá' com um rolex original no pulso, o que evitaria toda essa poeira levantada. Duh!



2 comentários:

Anônimo disse...

Boa, Vickye!!!
Falou e disse.
Um forte abraço,
TT

Anônimo disse...

O Luciano vi-a-jou. Mas nada justifica a palhaçada que virou SP....

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