30 de jan. de 2008

Três pra casar

Moe, Curly e Larry: os precursores da fórmula

A DÉCADA DE 80 foi a última onde alguns poucos times do futebol mundial, comandados por treinadores românticos, ainda usavam os pontas (ou, como prefere o vovô, 'ponteiros') em sua formação. Com raras excessões, tratavam-se de jogadores habilidosos, ariscos, endiabrados, que tinham no drible e na velocidade sua principal arma para desmontar as defesas e deixar a bola limpa para o centroavante de ofício executar seu trabalho.

Nos anos 90, foi a vez do 4-4-2 de Parreira e Zagallo dar as cartas. As tabelas pelas pontas e as jogadas em diagonal deram lugar a um futebol mais cartesiano, com cinco duplas em cada posição: dois laterais marcadores, dois volantes recuados, dois meias armadores e dois atacantes, de preferência um garçom e um matador.

Puxados pelos grandes esquadrões europeus - e pela excelente escola de treinadores gaúchos, liderados por Felipão - os primeiros anos do novo século consagraram o esquema 3-5-2. Dois zagueiros-zagueiros, um líbero, alas velozes que atacam e defendem e dois atacantes rápidos. A variação ficava por conta da meia-cancha, que poderia ter dois meias ou dois volantes. Felipão - vide seleção pentacampeã em 2002 - preferia dois volantes, com boa saída de bola.

Às portas da segunda década do XXI, eis que o trio de atacantes volta à cena. Manchester, Milan, Barcelona e Real Madrid, para restringir um pouco o amplo leque de exemplos, vêm obtendo (em maior e menor escala) êxito com o velho 4-3-3.


Cristiano, Tevez e Rooney: avalanche de gols em Manchester


Com laterais que privilegiam a marcação - sem abdicar do ataque - e um meio campo de pegada, os atacantes ficam livres para criar, tabelar, cair pelas pontas e arrematar à vontade. O treinador do Manchester, Sir Alex Ferguson, aproveitou o talento do trio Cristiano Ronaldo-Rooney-Tevez para montar um time ao mesmo tempo compacto e complicadíssimo de se marcar. Além de marcarem o adversário sob pressão, os três têm o dom do drible, e chegam à área adversária com muita facilidade. O resultado são as retumbantes goleadas que vem aplicando, e a alternância de liderança do Campeonato Inglês com o não menos empolgante Arsenal de Fabregas e Adebayor.

Real Madrid e Barcelona, os dois pibes espanhóis, também lançam mão do esquema da moda. O time merengue, que lidera o campeonato com folga, aposta suas fichas nas pedaladas de Robinho, na estrela de Raul e no faro de gol de Nistelrooy. Juntos, eles atingiram a impressionante marca de 29 gols em 21 jogos no Espanhol.

Seu eterno rival catalão já não tem a mesma magia de dois anos atrás, quando só faltava Ronaldinho fazer chover. Mas, com o trio Messi-Henry-Eto'o em campo - devidamente respaldados pelos meiúcas Xavi, Deco e Iniesta - fica difícil não encantar. O time segue na cola do líder, e, após concluída essa necessária fase de renovação (o que inclui uma temporada do craque brasileiro no banco), deverá voltar a seus dias de glória.


Pato, Kaká e Ronaldo: estréia com o pé direito


E o que dizer do Milan dos brazucas Kaká, Ronaldo e Pato? Tá, eles jogaram apenas três partidas juntos, e ainda não fizeram por merecer sequer a comparação com a trinca de Manchester. Mas que prometem, prometem. E como prometem! Principalmete por se tratar de jogadores com características distintas e complementares.

A julgar pela estréia, têm tudo para alçar o time de Milão de volta às primeiras colocações do Calcio. O duelo com a Inter de Julio Cruz, Crespo e Ibrahimovic vai transportar a italianada e os amantes do futebol de volta aos clássicos que marcaram os 90's, e que pautavam os domingos da bela Milão.


Leandro, Dodô e Washington: tem lugar pra todo mundo?

No Brasil, que insiste em não adaptar seu calendário ao do futebol europeu, o momento é de formação das equipes. Mesmo assim, já deu pra perceber que teremos uma boa dose de 4-3-3 por esses lados. E em times que entram como favoritos aos principais canecos da temporada.

No Rio, o Fluminense trouxe de uma tacada só os experientes Leandro Amaral, Dodô e Washington. Por serem jogadores de área - e por Thiago Neves e Conca também estarem no elenco -, tudo indica que um deles vai frequentar o banco. Mas, a julgar pelas preliminares, o técnico Renato Gaúcho quer os três em campo, juntos. Quem sabe?

No sul, pelos últimos treinos, o técnico Abel Braga deve dar o colete de titular a Iarley, Nilmar e Fernandão. Jogadores habilidosos, rodados e que já mostraram entrosamento nos acréscimos de 2007. O trio, que pode ter ainda a companhia do ex-corintiano Gil (o zicado Nilmar parece ter sofrido nova contusão), coloca o time Colorado como grande favorito à conquista da Copa do Brasil e da Sul-Americana.

Dagoberto, Adriano e Aloísio: ataque Tricolor de respeito

Já em São Paulo, que tem por tradição formar os melhores times do país, dois clubes acenam com trincas de atacantes de alto calibre. No Tricolor, Adriano se junta a Dagoberto e Aloísio para formar um ataque, no mínimo, de respeito. Com Aloísio fazendo o pivô, Dagoberto caindo pelas pontas e o Imperador disparando seus petardos, vindo de trás, ficará difícil evitar novas façanhas dos comandados de Muricy.

O único adversário regional à altura, pelo menos no papel, é o Palmeiras de Luxemburgo. Se o treinador acertar o posicionamento de Diego Souza, Valdívia e Alex Mineiro, a torcida do Verdão pode voltar a sonhar com as grandes atuações que marcaram as fabulosas equipes de 93, 94 e 96, dirigidas pelo mesmo Luxemburgo.

A sorte está lançada. Se depender dos Patetas, dos Mosqueteiros, das Superpoderosas e dos Porquinhos, os trios têm tudo para dar certo. Desde que nenhum Lobo Mau tenha fôlego para derrubar a casinha de tijolos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Orra, e o Timão de Lulinha, Acosta e Finazzi, cadê????

Anônimo disse...

Com Imperador, Chulapa e Dagol juntos, não vai ter pra ninguém esse ano. É TRI-CO-LOOOOOOOOOOOR!!!!!!!!!!!!!

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