3 de ago. de 2008

Profissão Perigo: Bandeirinha de futebol


ANA PAULA DE OLIVEIRA à parte, bandeirinha de futebol é uma profissão indigesta. Quando acerta, não faz mais que a obrigação. Agora quando erra... É peitada, barrigada, dedo no nariz, bafo na cara e 30 mil desocupados homenageando a mãe do infeliz, que certamente o aconselhou a não seguir na profissão.

Como se não bastassem as reclamações (inclusive quando está certo), o uniforme bisonho e os copinhos de água que tacam-lhe impiedosamente na cabeça, os bandeiras ainda têm que agüentar o bendito do tira-teima da tevê, seguido do comentário do ex-juiz maldoso:

"O bandeira errou. O atacante estava 27 centímetros à frente do zagueiro, portanto impedimento."

Ah, vá! Se num campo de 105 metros de comprimento é difícil quantificar 1 metro, que dirá 27 centímetros - uma régua, meio anão ou uma piromba das mais generosas. E dá-lhe técnico, jogador e torcida lançando olhares de reprovação recheados de pensamentos psicopatas.

Para melhorar a situação desse funesto profissional, a FIFA resolveu mudar seu título. Agora o cidadão que corre em cima de uma linha e tem sobre seus ombros a responsabilidade de decidir o futuro do prélio não é mais conhecido como 'bandeirinha'. É ASSISTENTE. Número 1 e número 2. Seja lá o nome que tiver, assumir publicamente o ofício é mais difícil que sair do armário. Ô vergonha!

- E aí, você trabalha com o quê?
- Eu sou assistente.
- Assistente de vendas, de escritório?
- Não, de juiz de futebol mesmo.
- Aaaaah, você é bandeirinha?

O pior é quando o juizão, esperto, deixa o lance para o bandeira decidir. Jogada rápida, bola na área e o atacante, mais livre que político corrupto, empurra pro gol e vai pra galera. O time adversário inteiro levanta a mão, o técnico avança como um gorila enjaulado, a torcida arregala os olhos esbugalhados e a câmera de tevê encurrala o coitado no close.

Por uma fração de segundo, todo o espetáculo se resume ao gesto do bandeira, que terá de decidir, numa subfração disso, de qual lado vai levar carcada. Nessa hora, o cu esfincter do sujeito se contrai de uma forma que asfixia 3 gerações de peidos vindouros.

Ora, se ele dá o impedimento, metade do estádio vem abaixo, e a comemoração do artilheiro vira uma série de impropérios que até Deus duvida. Se deixa rolar, tome bafejo do outro lado, juras de amor e acusações de que está comprado, mal intencionado e lá vai a mãe sendo rebaixada à mais ilustre profissão do planeta.

É, meu filho. Se você pensava que ser juiz era coisa de masóca, ser bandeirinha traz muito mais calafrios e emoções. Para empunhar a bandeira é preciso coragem, empáfia e uma serenidade de fazer inveja aos mais remotos mosteiros tibetanos. Além, é claro, de uma boa dose de vaselina.


Diz aí, Ana Paula!



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Ops! Foi mal...
É aqui eeeeeeeeee... aqui!



Um cheiro,



3 comentários:

Anônimo disse...

TÁ IMPEDIDO, SEU JO-JO!!!!!

Anônimo disse...

Pô, acho que ser juiz é beeeeeem pior. Pelo menos o bandeira tem pronde correr!

Anônimo disse...

Ninguém merece ser bandeirinha né gente... tadinhos!!

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