Profissão Perigo: Bandeirinha de futebol
ANA PAULA DE OLIVEIRA à parte, bandeirinha de futebol é uma profissão indigesta. Quando acerta, não faz mais que a obrigação. Agora quando erra... É peitada, barrigada, dedo no nariz, bafo na cara e 30 mil desocupados homenageando a mãe do infeliz, que certamente o aconselhou a não seguir na profissão.
Como se não bastassem as reclamações (inclusive quando está certo), o uniforme bisonho e os copinhos de água que tacam-lhe impiedosamente na cabeça, os bandeiras ainda têm que agüentar o bendito do tira-teima da tevê, seguido do comentário do ex-juiz maldoso:
"O bandeira errou. O atacante estava 27 centímetros à frente do zagueiro, portanto impedimento."
Ah, vá! Se num campo de 105 metros de comprimento é difícil quantificar 1 metro, que dirá 27 centímetros - uma régua, meio anão ou uma piromba das mais generosas. E dá-lhe técnico, jogador e torcida lançando olhares de reprovação recheados de pensamentos psicopatas.
Para melhorar a situação desse funesto profissional, a FIFA resolveu mudar seu título. Agora o cidadão que corre em cima de uma linha e tem sobre seus ombros a responsabilidade de decidir o futuro do prélio não é mais conhecido como 'bandeirinha'. É ASSISTENTE. Número 1 e número 2. Seja lá o nome que tiver, assumir publicamente o ofício é mais difícil que sair do armário. Ô vergonha!
- E aí, você trabalha com o quê?
- Eu sou assistente.
- Assistente de vendas, de escritório?
- Não, de juiz de futebol mesmo.
- Aaaaah, você é bandeirinha?
O pior é quando o juizão, esperto, deixa o lance para o bandeira decidir. Jogada rápida, bola na área e o atacante, mais livre que político corrupto, empurra pro gol e vai pra galera. O time adversário inteiro levanta a mão, o técnico avança como um gorila enjaulado, a torcida arregala os olhos esbugalhados e a câmera de tevê encurrala o coitado no close.
Por uma fração de segundo, todo o espetáculo se resume ao gesto do bandeira, que terá de decidir, numa subfração disso, de qual lado vai levar carcada. Nessa hora, ocu esfincter do sujeito se contrai de uma forma que asfixia 3 gerações de peidos vindouros.
Ora, se ele dá o impedimento, metade do estádio vem abaixo, e a comemoração do artilheiro vira uma série de impropérios que até Deus duvida. Se deixa rolar, tome bafejo do outro lado, juras de amor e acusações de que está comprado, mal intencionado e lá vai a mãe sendo rebaixada à mais ilustre profissão do planeta.
É, meu filho. Se você pensava que ser juiz era coisa de masóca, ser bandeirinha traz muito mais calafrios e emoções. Para empunhar a bandeira é preciso coragem, empáfia e uma serenidade de fazer inveja aos mais remotos mosteiros tibetanos. Além, é claro, de uma boa dose de vaselina.
Diz aí, Ana Paula!
* Para conhecer outras Profissões Perigo, clique aqui.
Ops! Foi mal...
É aqui eeeeeeeeee... aqui!
Um cheiro,
Como se não bastassem as reclamações (inclusive quando está certo), o uniforme bisonho e os copinhos de água que tacam-lhe impiedosamente na cabeça, os bandeiras ainda têm que agüentar o bendito do tira-teima da tevê, seguido do comentário do ex-juiz maldoso:
"O bandeira errou. O atacante estava 27 centímetros à frente do zagueiro, portanto impedimento."
Ah, vá! Se num campo de 105 metros de comprimento é difícil quantificar 1 metro, que dirá 27 centímetros - uma régua, meio anão ou uma piromba das mais generosas. E dá-lhe técnico, jogador e torcida lançando olhares de reprovação recheados de pensamentos psicopatas.
Para melhorar a situação desse funesto profissional, a FIFA resolveu mudar seu título. Agora o cidadão que corre em cima de uma linha e tem sobre seus ombros a responsabilidade de decidir o futuro do prélio não é mais conhecido como 'bandeirinha'. É ASSISTENTE. Número 1 e número 2. Seja lá o nome que tiver, assumir publicamente o ofício é mais difícil que sair do armário. Ô vergonha!
- E aí, você trabalha com o quê?
- Eu sou assistente.
- Assistente de vendas, de escritório?
- Não, de juiz de futebol mesmo.
- Aaaaah, você é bandeirinha?
O pior é quando o juizão, esperto, deixa o lance para o bandeira decidir. Jogada rápida, bola na área e o atacante, mais livre que político corrupto, empurra pro gol e vai pra galera. O time adversário inteiro levanta a mão, o técnico avança como um gorila enjaulado, a torcida arregala os olhos esbugalhados e a câmera de tevê encurrala o coitado no close.
Por uma fração de segundo, todo o espetáculo se resume ao gesto do bandeira, que terá de decidir, numa subfração disso, de qual lado vai levar carcada. Nessa hora, o
Ora, se ele dá o impedimento, metade do estádio vem abaixo, e a comemoração do artilheiro vira uma série de impropérios que até Deus duvida. Se deixa rolar, tome bafejo do outro lado, juras de amor e acusações de que está comprado, mal intencionado e lá vai a mãe sendo rebaixada à mais ilustre profissão do planeta.
É, meu filho. Se você pensava que ser juiz era coisa de masóca, ser bandeirinha traz muito mais calafrios e emoções. Para empunhar a bandeira é preciso coragem, empáfia e uma serenidade de fazer inveja aos mais remotos mosteiros tibetanos. Além, é claro, de uma boa dose de vaselina.
Diz aí, Ana Paula!
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Ops! Foi mal...
É aqui eeeeeeeeee... aqui!
Um cheiro,
3 comentários:
TÁ IMPEDIDO, SEU JO-JO!!!!!
Pô, acho que ser juiz é beeeeeem pior. Pelo menos o bandeira tem pronde correr!
Ninguém merece ser bandeirinha né gente... tadinhos!!
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