TOP 10 BRASIL: Inauguração!
COMO OPTEI POR ficar em casa nessa Páscoa, resolvi ligar pra galera e marcar uma mega-sessão de filmes brasileiros. Mas ora bolas, por que brasileiros? Porque o cinema brasileiro, do começo dos anos 90 pra cá, deu uma guinada absurda: ampliou a visão chapada característica das produções de 70 e 80, teve um investimento pesado - principalmente da iniciativa pública -nas produções, rompeu com o formato quadrado de telenovela (excessão feita às produções globais) e diversificou a temática.
O resultado foi instantâneo - se antes tínhamos um filme bom a cada dois anos, hoje o cinema brasileiro produz ao menos três fitas anuais de alto calibre. Sucesso de público, vencedoras de festivais internacionais e aplaudidas por críticos daqui e de lá, as produções made in Brasil cresceram, apareceram e conquistaram em menos de duas décadas o que muitos não atingem em dez: uma identidade própria.
De toda a patota, só Vince e Tony ficaram por aqui para a maratona de pipoca, milk-shake e telona. Após 60 horas, 25 filmes e muita almofadada, chegamos à lista dos 10 melhores filmes dessa nova e fértil etapa do cinema brasileiro. Assim como Bené e Zé Pequeno, Tonho e Pacu e João Grilo e Chicó, vamos de dois em dois pra não perder o engate.
10º lugar: SE EU FOSSE VOCÊ
2006 - Comédia Romântica, 104 min.
Direção: Daniel Filho
Roteiro: Adriana Falcão, Daniel Filho, Renê Belmonte e Carlos Gregório, baseado em obra de Carlos Gregório e Roberto Frota
Com: Tony Ramos, Glória Pires, Thiago Lacerda, Glória Menezes
Sinopse: Após uma briguinha cotidiana, um casal típico acorda com os corpos trocados. Vivendo a vida do outro - e passando por diversas situações embaraçosas - Cláudio e Helena perceberão a importância do cônjuge, esquecida por conta da correria do dia-a-dia e dos desentendimentos familiares.
Premiações: recebeu um total de 6 indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Glória Pires), Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte e Melhor Edição.
♠ Bastidores:
*Esta é o terceira parceria entre o diretor Daniel Filho e a atriz Glória Pires. As outras duas aconteceram em 'A Partilha' (2001) e 'O Primo Basílio' (2007);
*Foi o filme brasileiro de maior público em 2006, levando surpreendentes 3.644.956 pessoas aos cinemas.
Por que assistir: a sintonia entre Tony Ramos e Glória Pires, dois dos maiores atores nacionais de sua geração, é perfeita. Com a troca, Glória (Helena) passa a viver o atribulado dia de Tony (Cláudio) na agência, lidando com tipões como o aproveitador Marcos (Lacerda) e a turbinadíssima secretaria Cibele (Daniele Winits). Já Tony é um espetáculo à parte: afina a voz, dança ballet e pára toda a festa com sua suspeita coreografia na piscina. Água com açúcar da melhor qualidade.
9º lugar: O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
1997 - Drama, 105 min.
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Leopoldo Serran, baseado em livro de Fernando Gabeira
Com: Pedro Cardoso, Gernanda Torres, Matheus Natchergaele, Cláudia Abreu, Luís Fernando Guimarães, Alan Arkin
Sinopse: na tensa fase de ditadura militar (1969), um grupo de jovens sequestra o embaixador americano, como forma de pressionar o governo a liberar os presos políticos que eram torturados pelos militares.
Premiações: recebeu indicação ao Oscar de 1998, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
♠ Bastidores:
*A intenção de filmar 'O Que É Isso, Companheiro?' surgiu ainda em 1980, logo após o livro de Fernando Gabeira ter sido publicado. Na época os direitos para a adaptação cinematográfica foram comprados pela produtora Lucy Barreto, que só pôde fazer do filme uma realidade 17 anos depois;
*Ao ser lançado no Brasil, 'O Que É Isso, Companheiro?' gerou muita polêmica por ter valorizado a ação em detrimento da política do período da ditadura militar e também por causa de algumas liberdades históricas tomadas no filme (bobagem);
*O único guerrilheiro do filme que realmente existiu foi o vivido por Matheus Natchergaele. Seu nome era Virgílio Gomes da Silva - ele morreu sob tortura;
*No filme, o embaixador americano é libertado durante um Flamengo x Vasco. Na real, o adversário do Mengão na ocasião foi o Bangu;
*O orçamento do longa foi de 4,5 milhões de dólares, valor altíssimo para os padrões da época.
Por que assistir: além de ser um filme baseado em (uma interessantíssima) história real, ele conta com atuações marcantes de todo o elenco. Super fiel ao (excelente) livro de Fernando Gabeira, hoje deputado cult e na época um dos cabeças do sequestro, o filme acerta no pano de fundo histórico, traz cenas de ação de arrepiar e tem sacadas de puro brilhantismo. O título curioso, hoje banalizado nas frases vagas do presidente petista, remete ao modo de tratamento entre guerrilheiros e reacionários que um dia lutaram por um ideal. Faz por merecer seu lugar na lista.
♠ Informações retiradas do site AdoroCinema
Um comentário:
Pra mim O que é isso, companheiro? é um dos cinco melhores. Mazenfim, segue o jogo!
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