13 de mar. de 2008

Banir e deportar, é só começar

CERTAS ATITUDES tomadas por algumas autoridades nos últimos dias me fizeram pensar em que século estamos, qual bonde tomamos, e em que mundo vivemos. Programas e acordos e uniões e pactos mundiais de cooperação são estabelecidos dia sim, dia não, em nome da democracia, palavra de lei em nove entre dez discursos de um político que pretende ter o mínimo de êxito em sua candidatura.

Num mundo globalizado, onde basta uma passada de olho na lista de chamada da classe para conferir o quanto as barreiras se perderam, medidas como as tomadas pela polícia espanhola e pelos governos brasileiro e chinês colocam em xeque todo progresso obtido nas últimas décadas.

Como foi amplamente alardeado pelos jornais desses lados, estudantes brasileiros foram deportados da Espanha, mesmo com a documentação em dia. Passaram quase 20 horas presos no aeroporto de Madri, e nem a intervenção do governo brasileiro foi suficiente para aplacar o ímpeto da polícia local, que barrou a entrada de outros 452 brasileiros no país só no mês passado.

Inconformado com a atitude dos conterrâneos de Zapatero, o governo brasileiro resolveu dar o troco, em atitude de fazer vergonha ao mais imaturo e bufão dos governantes (alguém pensou em Chávez?) : expulsou do país uma agente de turismo espanhola que estava em Salvador para conhecer a cidade e divulgar as belezas naturais brasileiras na Espanha, em acordo milionário capitaneado pela ministra Marta Suplicy. Coisa fina.

Menos de 24 horas depois, chega a notícia de que a China baniu da mídia uma de suas maiores estrelas de cinema. O motivo: 'sua performance sexualmente desinibida' no filme "Lust, Caution", dirigido por Ang Lee e vencedor do último Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Tang Wai, que tem 28 anos e aquela beleza arrebatadora que contempla uma em cada mil chinesas, viu todas as propagandas que estrelava serem retiradas do ar (uma delas com um cachê de quase 1 milhão de dólares), sua participação em programas de TV canceladas e os convites para participar de outros filmes serem proibidos pelo governo chinês. Esperta, preferiu não se pronunciar por ora, evitando seqüelas adicionais desnecessárias.

Na última sexta-feira, o governo mandarim deu uma ordem para que as TVs e produtoras de cinema locais não exibissem cenas com conteúdo pornográfico e lascivo. Nada de 'atos promíscuos, estupro, prostituição, ato sexual ou perversão'. Já matar em praça pública neguinho que roubou um yakissoba ou a mulher que traiu o marido, tá liberado. Vai entender.




3 comentários:

Anônimo disse...

1 em cada mil chinesas?? 1 em cada 1 milhão isso sim hahaha. Ótima reflexão e argumentos!

Anônimo disse...

A história dos brasileiros na Espanha e o troco é absurda, dos dois lados. Assim como o caso dessa atriz chinesa (lembre-se de que lá, como em Cuba, não há democracia).

Anônimo disse...

COOORTEM A CABEEEÇAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!

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