18 de dez. de 2007

O mundo aos pés de Kaká

Kaká e Marta: em 2007 só deu eles/EFE

DEU A LÓGICA. Kaká foi eleito pela FIFA, nessa segunda-feira, o melhor jogador do mundo. Ao lado de Marta, que novamente foi a jogadora mais brilhante do planeta, com dribles e jogadas de fazer inveja a qualquer marmanjo, o meia do Milan ergueu seu quinto troféu do ano - foi também campeão da Copa dos Campeões, da Supercopa, do Mundial de Clubes e o vencedor da Bola de Ouro.

Para os poucos que acreditavam na vitória dos concorrentes - o atacante do Barça Lionel Messi e o meia do Manchester, Cristiano Ronaldo -, a vitória foi de lavada, como os 4x2 que seu Milan sapecou no Boca Juniors na final do Mundial, 24 horas antes. Na contagem dos votos, Kaká somou 1.047 pontos, contra 504 do argentino e 426 do português. Olé!


Messi e Cristiano Ronaldo valorizaram a conquista do brazuca


Craque é craque desde o berço. E zé-fini!

Muitos técnicos e comentaristas acreditam que o jogador tem mais chances de se tornar um craque quando fica mais rodado e experiente. Eu já tenho outra opinião: pra mim, craque é craque desde os tempos do time de Fraldinha, Chupeta, Mamadeira. Pode até dar uma de humilde (o que é raro), mas no fundo sabe que tem muito mais bola que metade da cidade. Assim foi com Pelé, Romário, com Dener, Alex, Ronaldo, Ronaldinho, Robinho, Pato e com o garoto Ricardo Izecson dos Santos Leite, conhecido desde criança pelo simpático apelido.

Kaká, que quando foi alçado ao time principal do São Paulo ainda era Cacá, não hesitou para mostrar seu cartão de visitas. Marcou dois golaços na final do Rio-São Paulo de 2002 e jogou tanta bola no Campeonato Paulista que foi convocado por Felipão para a Copa no Japão/Coréia. Praticamente não entrou em campo, é verdade, mas agregou um valor considerável ao seu passe.



Nos tempos de Tricolor: perseguido pela torcida/ Diário de S. Paulo

A preço de banana

De volta ao São Paulo, liderou o time na irrepreensível campanha no Campeonato Brasileiro, mas a eliminação precoce para os meninos da Vila nas oitavas acabou manchando a imagem do time todo junto à torcida, e Kaká não ficou de fora dessa. Passou a ser perseguido e cobrado constantemente, o que acabou inibindo seu belo futebol, ainda em fase embrionária.

Tamanha injustiça dos torcedores acabou apressando sua saída. Com apenas 20 anos, foi vendido para o Milan por uma bagatela: 8,5 milhões de euros. Para se ter uma idéia do negócio da lua que o time de Milão fez, basta abrir os jornais de hoje e ver a cifra astronômica depositada nos cofres tricolores pelo Bayern de Munique para ter o zagueiro Breno: US$ 18 milhões (mais que dois Kakás). Sorte do Milan e do técnico Anceloti, que graças às arrancadas do craque brasileiro viu seu esquema retranqueiro se transformar no contra-ataque mais letal do planeta.



Em eterno estado de graça no time milanês: reconhecimento



Galã fora dos gramados

Mesmo sendo recatado e 'comprometido com Jesus', Kaká sempre fez sucesso com o mulherio brasileiro, e com as ragazze não seria diferente. Requisitado em festas e eventos dos mais variados tipos, estampou a capa de revistas femininas, virou garoto-propaganda da Adidas e estrelou diversas campanhas do requintado Emporio Armani.

Na capital mundial da moda, o brasileiro entrou para o seleto clube de jogadores-modelo (ao lado de Canavaro, Cristiano e Beckham), seguiu os passos de Gisele e virou outdoor, empena de prédio e luminoso nos principais cruzamentos de Milão. Estava lançada a Kaká-Mania.



Chave de ouro

Se na Itália Kaká era rei, na Seleção brasileira não foi diferente. Em 2007, já com duas Copas na bagagem, o meia comandou o instável time de Dunga com muita correria, assistências precisas, dribles desconcertantes e golaços de fora da área, no melhor estilo Galinho da Gávea. Suas atuações brilhantes acabaram até por ofuscar Ronaldinho Gaúcho, que, perdido em campo, se limitava a servir de coadjuvante da estrela do Milan.


Um dos artilheiros do campeonato italiano, craque da Copa dos Campeões da Europa, estrela maior da Seleção. Kaká tinha conquistado quase tudo que poderia almejar nesse ano. Quase. Faltava ainda o Mundial de Clubes, entalado em sua garganta desde a derrota para o próprio Boca, em 2003, na decisão por pênaltis, e daquela outra doííííída que só para o Liverpool em 2005, que tirou seu time da decisão no Japão contra o São Paulo.

Mas não tem jeito - no ano dourado, ninguém joga água na groselha de Kaká. Depois da magra vitória sobre os japoneses do Urawa Reds (gol dele) nas semi-finais, a desforra: uma atuação de gala, um golaço e passes precisos para outros dois, que garantiram o tetracampeonato do Milan, a eleição de craque do torneio e a carimbada que restava na faixa de melhor do mundo.



Belos gols pela seleção e canecos conquistados no Milan: insuperável


Queridinho do treinador, da mídia e da torcida, bem casado (vai ser papai ano que vem), multicampeão e eleito o melhor jogador do planeta. Kaká não precisa de mais nada, certo? Errado. Humilde e emocionado na eleição, o jogador exalta o futebol de Ronaldinho, lembra do companheiro Ronaldo e avisa que ainda falta um título em sua vitoriosa carreira. Quem sabe na África?

Kaká, levante as mãos pro céu, rapaz, como sempre faz em suas comemorações. Aproveite que você está pertinho dele!





3 comentários:

Anônimo disse...

O Kaká é lindoooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Pode crer Carl, ele mereceu. Esse ano só deu ele memo!!

Anônimo disse...

Pelé falou que ele teria lugar no time tricampeão em 70...
Que moral!!!!

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