4 de dez. de 2009

Requentar é viver: Whaaaat would you doooo, if I sang out of tuuune...

SE EXISTE UM SENTIMENTO danado de difícil de se definir, ele é a nostalgia. Como explicar o misto de alegria e tristeza que toma conta de você ao se recordar da sua infância, dos tempos de escola, daquele(a) melhor amigo(a), dos bilhetinhos de paquera, dos programas da tevê, dos bailinhos só para menores, da quadrilha da festa junina?

Por uma dessas coincidências da vida, ontem me deparei com 3 situações que seqüestraram minha mente e a colocaram na ventania do túnel do tempo, me deixando a um toque dos melhores momentos da minha infância.

A primeira delas foi num barzinho, durante reunião de negócios. Enquanto eu e meus comparsas sócios conversávamos sobre os planos para 2010, o som do DVD da Banda Cheiro de Amor invadiu o ambiente com essa música aqui. Saí da mesa de um pulo e fui correndo em direção ao garçom, para dar uma olhada na capa do DVD e descobrir o nome da danada, que teima em brincar de esconde-esconde comigo no Google.

Depois veio, de pára-quedas, esse post do excelente Eneaotil. Um pout-pourri de lembranças e emoções guardadas a 7 chaves no baú de memórias do meu coração. E pra fechar a tríade, um convite por MSN de uma amiga que não vejo há 15 anos, para reencontrar a galera da escola no mês que vem.

Por uma hora ou duas (talvez três), comecei a lembrar daquele tempo bom que não volta nunca mais. Tudo era tão grande, intenso, sincero, colorido... As professoras multidisciplinares, que eram simplesmente 'tias' e davam aula de tudo: Português, Matemática, Ciências, Estudos Sociais. ESTUDOS SOCIAIS! As intermináveis aulas de caligrafia, as canetas com cheiro, aquele cabeçalho chato no começo de cada lição, e lá vai ditado!


(would you staaaaaand up and walk out on me...) 

As lancheiras recheadas com bisnaguinhas, maçãs e toddynhos ("quer um teco?" "se quiser te dou o finalzinho!"). A tia da cantina, que sempre sabia o que cada um queria e dava bala juquinha de troco, a pilantra! As aulas de Educação Física, onde todo mundo virava atleta e ninguém queria catar no gol ou ser escolhido por último para o time. A chamada, onde sempre tinha um mongol que mandava "presunto" ou "presidente". E dá-lhe DÃÃÃÃÃÃÃÃRRRR!!!

Os amigos... Amigos MESMO, que a gente chamava pelo nome e sobrenome. Nada de Cá, Má, Rê, Dú, Fê, Jú... Não senhor! Era Juliana Piazza, Juliana Suter, Douglas Kajiwara, Eduardo Gurjão, Renato Schouchana, Felipe Cardoso, Carolina Becker. Acho que a gente herdou isso do Carrossel. O legal é que a gente se via de manhã, ia pra casa do outro de tarde e ligava à noite pra contar as boas do dia. Nada cansava, nada desanimava, nada enjoava. A não ser a couve flor e a carne moída da Tia Cida, que não tinham lá grande audiência.

Uma das coisas mais legais que minha escola fazia eram as viagens anuais. Todo ano a diretoria escolhia uma cidade ao léu, e lá íamos nós - alunos e professores - para 4 dias inesquecíveis. Era A CHANCE para transgredir: usar óculos escuros, boné pra trás, tomar guaraná no café da manhã, passar pasta de dente na cara dos dorminhocos, dormir tarde, dar as mãos embaixo da água da piscina, roubar o travesseiro do hotel, o apito do professor, o selinho mal intencionado daquela menina que até fazia cara feia, mas no fundo gostava mesmo era dos atrevidos.

Nada de celulares, mini-games, Iphones, Ipods. O negócio era fazer tudo junto, do adoleta ao polícia e ladrão, do telefone sem fio à queimada, do pique-bandeira à salada mista. Pra quê ficar isolado, se os melhores amigos do mundo estavam ali ao seu lado?

Cara, como sinto falta de tudo aquilo. Falta do Jiraya, do Lucas Silva e Silva, do Kevin Arnold, dos Cavaleiros do Zodíaco. Falta da inocência perdida, da alegria de acordar às 6h da manhã, do pátio lotado, das joelheiras na calça, dos cadernos e uniformes pintados de canetinha no final do ano com mensagens de "te adoro", "nunca vou te esquecer", "você é demais", "vou sentir sua falta"...

Nostalgia... Alegre, triste, amargo ou feliz, taí um sentimento que vale a pena.



6 comentários:

Vince disse...

Bicho, QUE SAUDADE da Winnie Cooper!!

MJ disse...

Fiquei com saudade de você, lindinho. Quando vem pra NP, póssabê???

Mari disse...

Adorei, saudades mil destes tempos também. Coincidentemente, encontrei lá em casa nesse final de semana duas camisetas todas rabiscadas: da 6ª e 7ª séries. Tinha mensagens do tipo: Vc é +QD+, ou Te lovo mtão... hahahaha
Menos responsabilidades, que delícia. Pior que acaba sendo um caminho sem volta!
Bjoss

Ana disse...

ESTUDOS SOCIAIS!

Pois é. E os resquícios da ditadura: OSPB (que, acho, é Organização Social e Política do Brasil) e Educação Moral e Cívica?

A primeira foi retirada do currículo do colégio que estudei UM ANO ANTES d'eu ir pra série em que era lecionada. A segunda, ainda peguei uns resquícios...

Como diriam Pepê e Nenêm: "que teeempooo buom, que não vooolta nunca maaais".

Os anos de escola, não os de chumbo, claro.

Juliana Suter disse...

Eu amo você. Precisava achar as fotos dessas viagens. Não tens noção do que senti ao ler essas coisas, simplesmente indescritível!

Infância e pré-adolescência perfeitas. Não mudaria nada, nada, nada!

Tenho certeza de que os outros 'nossos' sentem a mesma coisa.
Beijos!

Bibi disse...

ESTUDOS SOCIAIS!!!
Quero de novo!! Esses dias me bateu uma nostalgia da facul. Sim! Já! E olha que nem é aquelaaaa facul, com aquelaaaa turma...
Mas meu coração bate acelerado mesmo TODAS AS VEZES que piso no escadão da Gazeta! Eeee colégio bom aquele!

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