22 de dez. de 2009

Imagem 'não é nada', Avatar é tudo



CARA, COMO É DIFÍCIL colocar Avatar em palavras. Não é segredo para ninguém que o filme custou meio bilhão de dólares, tem intrínseco o maniqueísmo e os lapsos narrativos das produções de James Cameron, imagens arrebatadoras e uma mensagem ambiental poderosa, que acaba falando mais alto que qualquer outro dos gritos libertadores ou abafados dados ao longo dos 160 minutos de filme.

Mas Avatar não é só isso. Para dar sequência, peço licença a vocês para colocar aqui o meu ponto de vista, isento de análises cinematográficas mais densas e outros pormenores que os cineastas adoram salpicar em suas críticas oníricas. Avatar é mais que um filme. É uma experiência sensorial, emocional e espiritual. Por quase 3 horas ininterruptas, fui teletransportada para um universo paralelo, onde assisti de camarote ao vale-tudo de flashes e insights da mente iluminada de Cameron.



Os efeitos em 3D me fizeram erguer as mãos por diveras vezes, para tocar e sentir um pouquinho do que Jake Sully viveu. A imponência, exuberância e espontaneidade dos Na'vi me deram vontade de ser azul, ter tranças gigantes e dormir numa rede amarrada ao tronco de uma árvore a mil metros do chão. O romance entre o protagonista e a lindíssima Neytiri me fizeram lembrar minhas paixões de menina, tão inocentes, puras e verdadeiras.

O filme me trouxe à mente um carrossel de lembranças e sensações, bem como flashbacks e highlights de produções com DNA semelhante. Coração Valente, Gladiador, Apocalypto, Dança com Lobos, Star Wars, A.I., Gattaca, King Kong, Rambo, Predador, Exterminador do Futuro, Eu Robô, Pocahontas, O Último Samurai, Inimigo Íntimo, Apollo 13, Os 12 Macacos, O Último dos Moicanos, Indiana Jones, Senhor dos Anéis. Em maior ou menor grau, estão todos ali.



Deveras curioso é o paralelo que podemos traçar entre o filme e o fracasso do COP-15, o maldafado Congresso de Copenhage. Avatar, um grito de dor e desespero da natureza com a crueldade e impassividade do ser humano, foi lançado no Brasil praticamente no mesmo dia em quem os maiores líderes mundiais se recusaram a reduzir a emissão de gases nocivos ao planeta.

Na ficção, o planeta Pandora, o último reduto de fauna e flora imaculados, está na iminência de ser extinguido pela ganância de militares e governantes de um mundo controlado pelos interesses pessoais. Na vida real, a destruição dos recursos naturais do planeta Terra é testemunhada por 7 bilhões de pessoas, enquanto seus representantes dão uma bela duma banana a tudo que Deus nos deu e confiou.



Olha, não sei se o filme será desses que arrebata estatuetas, milhões de merréis e críticas apaixonadas web afora. Só espero que, apesar de todo o aparato tecnológico capaz de tirar o fôlego e colocar um sorriso até no rosto mais sisudo, Avatar seja lembrado pela mensagem de luta e esperança plantada com uma paixão poucas vezes vista na história do cinema.


* Imagens tiradas da galeria oficial do filme no Flickr.





3 comentários:

Lee disse...

Deu VONTADE de ver!!!

Tabasco disse...

Foi assistir com quem, póssabê....?

bibi disse...

Deu mais vontade de ver

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