7 de fev. de 2008

Quem vai ficar com a Busha?


COM O MARASMO e as cinzas deixados pela quarta-feira pós-folia, as eleições presidenciais no Brasil seguem longe do foco da grande imprensa. Lula vai cozinhando seu legume de idéias e intenções em fogo brando, ao passo que sinaliza com o atendimento da vontade do 'povo', devidamente abastecido com a farinha e as acrobacias de seu pão e circo bem intencionado. José Serra e Aécio Neves, por sua vez, seguem sob os holofotes das câmeras oportunistas e são todos prosa nas entrevistas dadas nos camarotes, enquanto confabulam nos camarins de penas negras e bicos compridos, numa trama que deve resultar em uma parceria protocooperativa como a de Batman & Robin. Resta saber quem será o homem-morcego.

Enquanto isso, o pau come solto nas eleições da terra de Mel Rose, Heroes e Friends. No páreo (até o momento), estão as três figuras acima, que disputarão as prévias de seus partidos. Pra quem não conhece as feras, vale a pena dar uma chuchada na história do trio. Afinal de contas, um deles vai suceder Uncle George no comando do mundo, e num momento deveras conturbado - por motivos que vão de Recessão econômicA a CháveZ.

Em homenagem aos nipônicos, vamos da direita pra esquerda da imagem:

Hillary Clinton: não tem como pensar em Hillary sem lembrar do folclórico caso da voluntariosa estagiária Mônica Chupinsky, que deu a seu marido Bill, então comandante da Casa Branca, o que certamente ela não fazia de forma competente. Primeira-dama por oito anos e senadora desde 2001, se destacou por seu ímpeto na luta pelos direitos da mulher e bem-estar das crianças pelo mundo.

Entre seus êxitos, conseguiu a verba que custeou a pesquisa de doenças graves como asma e câncer de próstata, além de atuar em frentes contra a violência nas escolas, de vacinação em larga escala e da prevenção do câncer de mama. Foi também uma das raras figuras mundiais a contestar o tratamento dado pelo Talibã às mulheres afegãs.

Por contar com o apoio do eleitorado feminino em massa, leva uma ligeira vantagem em relação a Obama nas eleições do partido democrata. É de se esperar que, caso consiga a façanha de ser eleita (nunca antes uma mulher chegou tão longe), suas decisões na maior cadeira da Casa Branca apaguem a péssima impressão deixada por Bush, e leve junto o fatídico gesto que grudou à sua imagem - coincidentemente, concedido na mesma cadeira.

Barack Obama: com quase nome de terrorista-mais-procurado-do-globo, Obama vem surpreendendo nas pesquisas, e no desprendimento que apresenta em todos os seus discursos. Negro, vigoroso, astuto, jovem (tem 'apenas' 47 anos). Filho de um queniano, o senador nascido na bela Honolulu reúne todas as características que atraem o eleitorado jovem, que é justamente quem o está credenciando a disputar palmo a palmo com Hillary a preferência dos democratas.

Sua eleição certamente seria a que mais móveis mudaria em Washington, e que daria maiores esperanças aos que sentem falta da pegada progressista-maciota de Bill Clinton.

John McCain: na primeira vez que ouvi esse nome, duas idéias desconexas me vieram à cabeça: Será que esse cara é o dono das batatas fritas congeladas? Ou seria ele mais um daqueles gatilhos de filme de faroeste, sempre prontos a sacar sua pistola na porta do saloon, após desafiar o bando dos bandidos de dente podre? 'Hey, McCain! Dê o fora daqui a-g-o-r-a, ou mandaremos chumbo nessa sua cara de Donut vencido'. Pá! Pá! Pá!

De uma certa forma, cheguei perto. John McCain não é cowboy, mas é o escolhido da ala republicana para duelar com os democratas. E não é o cara das batatinhas, mas é um empresário de sucesso, e Senador há 21 anos. Como informação adicional - num asterisco deveras importante -, o escolhido de Bush é veterano da famigerada Guerra do Vietnã, de onde voltou com uma medalha de honra no peito e o respeito do presidente Nixon.

Independente de seu adversário McCain deve, a exemplo de seu antecessor, receber uma enxurrada de votos da numerosa casta conservadora do país. Votos esses que podem levar os republicanos a completar 12 anos no poder, fazendo tremer os milhares de soldados que se encontram sobre o túmulo de Saddam.


...

Grosso modo, seja qual for o vencedor, a coisa não mudará de figura para o pessoal que acaba de guardar as fantasias e abadás. Mesmo porque Hollywood, o Google e o McDonalds continuarão a todo vapor aqui embaixo. Vai dizer que não?




6 comentários:

Anônimo disse...

HILARY!
HILARY!
HILARY!!!!

Anônimo disse...

OBAAAAAAAAAAAAMAAAAAAAAAAAA!
OBAAAAAAAAAAAAMAAAAAAAAAAAA!
OBAAAAAAAAAAAAMAAAAAAAAAAAA!

Anônimo disse...

Tony,

Muito bom!!

Mas veja bem: MacCain não é um típico republicano conservador, pois se aproxima dos democratas em muitas questões.

O curioso é ver a população americana convergir para o centro, e não para os extremos. Penso que os extremos são eleitos numa situação de calamidade; aí vem um "salvador da pátria", como Hitler, Chávez, Morales...

Abraço,
Félix

Anônimo disse...

Tony, gostei muito do texto. Apesar de falar de política, um assunto normalmente tratado com mais seriedade, vc inovou com humor e sem perder o tom. Adorei várias sacadas durante o texto: a parte q fala do Lula, o A ao Z etc. Mostra sua sensibilidade e comprometimento com o texto. Saudades! Beijos

Anônimo disse...

Muito bom, deu pra conhecer um pouquinho mais do trio. Gostei da história da Clinton! Uma mulher na White House não seria nada mal, hein, meninas???

Anônimo disse...

Eu nçao como no Mc Donalds, não uso o Google e prefiro os filmes nacionais.

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