2 de nov. de 2009

Pede Coelho

OS QUE PERAMBULAM pelas alamedas e recônditos desse blog sabem da simpatia que nutrimos por Paulo, o Coelho. Estou longe de ser um entusiasta de suas obras, mas tenho uma real admiração por sua biografia canhestra e curiosa ('O Mago', de Fernando Moraes, é o melhor convite para a fantástica toca do coelho maluco).

Por isso, fico besta quando vejo o desdém com que os brasileiros tratam seus romances. Ok, confesso que não fui além dos blockbusters 'O Alquimista' e 'Diário de um Mago' - até porque Paulo, que tem o dom da palavra, troca suas obras de roupa mas faz questão de manter a cueca da fortuna, justamente o que lhe garante a fidelidade dos leitores. Mas isso não justifica as críticas exageradas e o descaso da maioria que nunca se deu o trabalho de abrir um livro seu.

Pois bem: estava eu, ouvindo o Jô na CBN, quando percebi que a entrevistada de abertura era a delicinha ex-Rebelde Anahí, um híbrido de Maria do Bairro com Maria Joaquina.

Em meio aos detalhes de sua turnê-solo pelo Brasil e de curiosidades do feriado de Finados no México (lá, ao invés do teor fúnebre de cá, a data é celebrada em clima de festa), a belezóca disse que minutos antes de entrar no palco, puxa uma reza com sua equipe e, coelhisticamente, pede ao universo que lhe ajude nos shows. Aí citou Paulo Coelho, se confessou uma fã ardorosa do escritor e, ao ver a indiferença e o ar blasè do gordo anfitrião, legendou:

- Pablo Conejo, el famoso escritor brasileño, sabes?

Jô deu de João-sem-braço e mudou de assunto. Curioso.

Curioso como um cara que é idolatrado por personalidades e mendigos do globo inteiro, tem em sua pátria um índice de rejeição malufístico. Curioso como escritores que não venderam 1/1.000.000.000 de seu alvo de chacotas, o tratam como se fosse o mosquito do cocô do cavalo do bandido. Curioso como praticamente todos os brasileiros que lotam estádios, shows e livrarias lá fora, passam praticamente anônimos pelas ruas de nossas maiores capitais.

Veja bem: não estou dizendo que quantidade é sinônimo de qualidade. Mas quando até uma Rebelde (!) se emociona ao dizer que conseguiu um autógrafo do homem, é porque nesse mato tem coelho.


3 comentários:

Ana disse...

Só uma dúvida: Jô, o Soares?


Ah tá.

Vince disse...

Jo-jo e sua fixação por Pablo Conejo. Já te disse moleque: ele é um CHAR-LA-TÃO!!!!!

Anônimo disse...

Amo Paulo Coelho e grifo todos os livros dele!

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