21 de jan. de 2009

Obá e Kakama, Obama e Kaká

EM MENOS DE 24 HORAS, o mundo presenciou dois fatos que, aninhados em seu contexto, são deveras significativos: a festejadíssima posse do bruddah Barack na presidência dos EUA e o 'fico' de Kaká, que recusou proposta de ah-ãhn... MEIO BILHÃO de reais para permanecer em Milão, desfilando seu portentoso futebol no gramado do San Ciro.

Olhando assim de soslaio, os dois acontecimentos não têm lá muita conexão. Afinal de contas, Obamão tomaria posse com Kaká jogando até no Piraporinha, e Kaká faria sua opção mesmo com mais uma temporada de Georginho na batuta (toc-toc-toc!).

Acontece que, em dias 'atípicos', onde dois senhores de idade, casados, flácidos, e em plenas faculdades mentais topam entrar para a 'casa mais vigiada do Brasil', momentos como o protesto da torcida milanesa pela permanência de seu craque e a condecoração do cavaleiro negro se cobrem de uma solenidade quase messiânica.

Mermão.... Você tem idéia do que é, para um país que sempre segregou os negros, engolir os preconceitos e se emocionar na posse de Barack HUSSEIN Obama? E que tal abrir mão de uma caixa-forte colossal com 400 milhões de moedas de 1 real para permanecer no time que se identifica?

Posso até ver neguinho torcendo o nariz, arqueando as sobranceias e ensaiando o bocejo, ao lembrar que Pitta já foi prefeito de São Paulo e muitos jogadores já disseram não aos petrodólares para permanecer junto dos amigos e bem vigiado na Casa de Vidro da bola. Hoje, pra surpreender, precisa mais que um batonzinho e uma sainha esvoaçante. Pô, se até MU-LHE-RES são presidentes...

Pois não foi o que se viu nas ruas do Quênia, onde milhares de pessoas se amontoaram para assistir, em telões gigantescos, a posse de seu irmão mais pródigo. Ou nas alamedas de Milão, onde dezenas de torcedores do time rubro-negro, munidos de cartazes, cornetas e sinalizadores, se postaram na frente da casa do ex-são-paulino para protestar contra a partida daquele que se tornou o ídolo de seus filhos e um patrimônio do clube.

No frigir dos ovos estalados pelos flashes do planeta, tanto quenianos esquálidos quanto italianos rosados tiveram motivos para erguer os braços e comemorar. Obama, como de costume descontraído e impecável, seguiu o script direitinho: transmitiu sua mensagem de paz e esperança e assumiu o cajado à prova de balas. Kaká, por sua vez, saiu à janela com uma camisa do Milan em mãos, bateu no peito e pôs fim ao sentimento de noiva traída dos torcedores, dizendo ao povo que fica.

Uma salva de palmas sinceras para a personalidade do ítalo-brasileiro, uma rajada de balas recicladas para a façanha do afro-americano e uma luz no fim do túnel para todos os desiludidos que ainda acreditam que a vida é feita de cartas marcadas.





5 comentários:

Anônimo disse...

Kaká fez muito bem de não ir. Manchester é cinzenta, fria e triste. Lá o futebol dele iria sumir aos poucos até se tornar um coadjuvante total, como é hoje o Robinho.

Anônimo disse...

Oba! suspiro de felicidade com o Obama!

ps: o que você tem contra as cidades cinzas, Carlton? ¬¬

Anônimo disse...

Taba,

Vai ficar bravo se eu disser que acho o Obama um oportunista e o Kaká um pé nos bago???

d. disse...

por isso q gosto do vince...
obama oportunista
hehehe
___

um segredo? manchester eh minha paixao!

Anônimo disse...

Go,Bama!!!!!!!!!

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