10 de nov. de 2008

Obamadonna

PROCURA-SE ÍDOLO. Vivo, sóbrio e que traga em suas veias valores e ideologias reais, concretas e despidas de luxúria e vaidade. E aí, conseguiu pensar em algum?


Deixando de lado a discussão sobre a necessidade de admirarmos, exaltarmos e até endeusarmos determinadas pessoas, fato é que o mundo está carente de ídolos. Seja pelo momento 'pacífico' que o planeta vive, pela confluência de interesses ou pela simples dificuldade das pessoas em externarem seus sentimentos, não temos mais objetos de admiração, exemplos, referências. E quem propõe o brinde é sempre o Mais do Mesmo.

Não foi à toa, pois, todo o estardalhaço mundial feito na campanha e eleição de Barack Obama, o novo presidente do mundo. Obama não é apenas negro, havaiano e charmoso, como seus olhos podem constatar. O democrata tornou-se um ídolo porque fala direto com o coração de seus eleitores, discursa para multidões com destreza e segurança assombrosas e transmite um sentimento de mudança e confiança como há muito não se vê no Grand Canyon do hamburger (e que se vislumbrou 6 anos atrás na terra da feijoada).

Noves e continuístas fora, Obama devolveu aos americanos o sentido da palavra MUDANÇA, e de quebra trouxe o eleitorado jovem de volta às urnas acostumadas aos dedos enrugados e ao cheiro de anis.

Emendando a resenha na última sigla do New World Hero, chegamos às filas paulistanas abarrotadas de gente pagando fortunas para assistir, mesmo que através das lentes dos binóculos, ao show de Madonna - o último ídolo da música acima da terra reconhecido e aclamado mundialmente.

Com aparência de argentina vendedora de brechó e dona de uma voz que jamais ultrapassou a barreira do medíocre, Madonna conseguiu o que as Britneys multiraciais de hoje jamais vão chegar perto de ter: RESPEITO.

Madonna rebola, agacha, ilude, provoca. Casa, descasa, escreve, atua. E goza. Goza um gozo público, compartilhado com seus milhões de fãs de todas as classes, estilos e preferências sexuais. Goza o amor pela vida, pelos palcos e pela carreira impecável, turbulenta e camaleônica. E goza o privilégio de ser, ao lado do presidente que ajudou a eleger, uma ilha de saudável imprevisibilidade num mar de cartas marcadas.



4 comentários:

Anônimo disse...

Cê tá muito yankee, hein menininho???

Anônimo disse...

Beleza, Tereza. Então me fale UM SÓ brasileiro que mereça o status. Grilos.

Anônimo disse...

lol
minha resposta pra OBA!ma..
http://www.universopanico.com.br/2008/11/nem-s-de-pnico-vive-o-homem.html

d. disse...

pra ele: charutos cubanos!
lol

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