Requentar é viver: Pequeno tratado da angústia
MUNDO, MUNDINHO, mundão. Ir a fundo, se picar no espinho, partir um coração. Contar os segundos, viver sozinho, vida de ilusão.
Nessa correria maluca que é a vida, procuro nas rimas desencontradas encontrar um momento de silêncio para organizar minhas idéias e ouvir a voz que tampo com os fones de ouvido, e que me fala naqueles sonhos onde quem manda não dá as caras.
No parque de diversões sem limite de altura, ignoro as filas gigantescas das montanhas-russas, elevadores e outros inimigos da vertigem e pego a fila imaginária da roda-gigante mambembe, que em outros tempos carregou milhares de corações acalentados pelo amor inteiro.
Toca o despertador: hora de voltar à realidade e ao kit de maquiagem que espanta a cara de sono.
Se existe uma palavra que se encaixa nessa maratona em circuito oval, ela atende (depois de afundar o botão da campainha) por EXCESSO. Virou lugar-comum dizer que vivemos uma overdose de informações. Nessa altura do campeonato, provavelmente você já providenciou sua agulha, maço ou carreira e mergulhou de cabeça no olho do furacão que a cada manhã espreita à sua porta - jornal, contas a pagar e litro de leite semi-desnatado a tira-colo.
Excesso.
De opções para comer, beber, mastigar e digerir. "A azia tá braba, pega o sal de frutas!". "Não posso, tenho gastrite". "Olha que se você não cuidar vira úlcera, hein?"
Exceço.
De abreviações, comparações, declarações e motivações para seguir em frente e não olhar para trás. Life goes on, son!
Ecesso.
De profissionalismo, de seriedade, de compromisso com algo que não vai além do boletim, ou do olerite providencialmente descontado pelos homens do tempo (prepare o guarda-sol, o cachecol e a capa de chuva).
Esséço.
De caridade, de boa vontade, de compaixão e esperança. "Se não deu certo, é porque ainda não acabou"; "Quem ri por último, ri melhor"; "Quem espera sempre alcança". Será mesmo? Me dê sua mão e segure a minha firme, sem medo de receber fluidos desconhecidos.
Tive um professor de literatura - cabelos e barba brancos, olhar questionador e barriga de bon vivant - que dizia que menos é mais. Toda vez que chegava com um supertexto de 50 linhas, ele sorria, baixava os óculos na altura do nariz e me perguntava: "Jones, qual a dificuldade de passar essa mesma idéia em 15 linhas?"
Simplesmente não consigo professor, já fui tragada. 15 linhas já não me satisfazem, entende? Sou uma mulher, inclusive trago no meio das pernas um atestado nada confortável de fertilidade. Minha imaginação é fértil, e viaja a uma velocidade que meus pés - e meu coração - não conseguem acompanhar.
Quando minha gaiolinha da montanha russa ruidosamente marca o ponteiro das 12 horas, lembro de uma frase proferida por uma das maravilhosas personagens de Meryl Streep (peço desculpas ao roteirista), que diz mais ou menos assim:
"Nesse mundo louco em que vivemos, o importante é fazer as coisas com paixão. Só assim conseguimos reduzi-lo a um tamanho administrável".
É... Pensando bem, três linhas é o bastante.
Nessa correria maluca que é a vida, procuro nas rimas desencontradas encontrar um momento de silêncio para organizar minhas idéias e ouvir a voz que tampo com os fones de ouvido, e que me fala naqueles sonhos onde quem manda não dá as caras.
No parque de diversões sem limite de altura, ignoro as filas gigantescas das montanhas-russas, elevadores e outros inimigos da vertigem e pego a fila imaginária da roda-gigante mambembe, que em outros tempos carregou milhares de corações acalentados pelo amor inteiro.
Toca o despertador: hora de voltar à realidade e ao kit de maquiagem que espanta a cara de sono.
Se existe uma palavra que se encaixa nessa maratona em circuito oval, ela atende (depois de afundar o botão da campainha) por EXCESSO. Virou lugar-comum dizer que vivemos uma overdose de informações. Nessa altura do campeonato, provavelmente você já providenciou sua agulha, maço ou carreira e mergulhou de cabeça no olho do furacão que a cada manhã espreita à sua porta - jornal, contas a pagar e litro de leite semi-desnatado a tira-colo.
Excesso.
De opções para comer, beber, mastigar e digerir. "A azia tá braba, pega o sal de frutas!". "Não posso, tenho gastrite". "Olha que se você não cuidar vira úlcera, hein?"
Exceço.
De abreviações, comparações, declarações e motivações para seguir em frente e não olhar para trás. Life goes on, son!
Ecesso.
De profissionalismo, de seriedade, de compromisso com algo que não vai além do boletim, ou do olerite providencialmente descontado pelos homens do tempo (prepare o guarda-sol, o cachecol e a capa de chuva).
Esséço.
De caridade, de boa vontade, de compaixão e esperança. "Se não deu certo, é porque ainda não acabou"; "Quem ri por último, ri melhor"; "Quem espera sempre alcança". Será mesmo? Me dê sua mão e segure a minha firme, sem medo de receber fluidos desconhecidos.
Tive um professor de literatura - cabelos e barba brancos, olhar questionador e barriga de bon vivant - que dizia que menos é mais. Toda vez que chegava com um supertexto de 50 linhas, ele sorria, baixava os óculos na altura do nariz e me perguntava: "Jones, qual a dificuldade de passar essa mesma idéia em 15 linhas?"
Simplesmente não consigo professor, já fui tragada. 15 linhas já não me satisfazem, entende? Sou uma mulher, inclusive trago no meio das pernas um atestado nada confortável de fertilidade. Minha imaginação é fértil, e viaja a uma velocidade que meus pés - e meu coração - não conseguem acompanhar.
Quando minha gaiolinha da montanha russa ruidosamente marca o ponteiro das 12 horas, lembro de uma frase proferida por uma das maravilhosas personagens de Meryl Streep (peço desculpas ao roteirista), que diz mais ou menos assim:
"Nesse mundo louco em que vivemos, o importante é fazer as coisas com paixão. Só assim conseguimos reduzi-lo a um tamanho administrável".
É... Pensando bem, três linhas é o bastante.
4 comentários:
um tnt qto impressionante
dificl algo me impressionar num sabado de manha onde faço as leituras o mais rapido possivel.
li duas vzs. tiv crtz q stava impressionada.
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De opções para comer, beber, mastigar e digerir. "A azia tá braba, pega o sal de frutas!". "Não posso, tenho gastrite". "Olha que se você não cuidar vira úlcera, hein?"
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o resuçtado mais fiel. eh esse placar em tds os meus jogos.
Pensando bem, não quero mais brincar no playground.
É... fazer as coisas com paixão é mesmo o que leva essas coisas a diante. Mas se não tem paixão, tem a barriga pra empurrar. Felizmente ou infelizmente...
(e, como sou brasileira e NÃO desisto NUNCA... tentarei comentar, pela terceira vez).
perdi o timing. de novo.
ah tá.
então.
... ou o feijão pra calar a boca, meio que totalmente parafraseando Chico.
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